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Os 5.246 municípios do Brasil com menos de 100 mil habitantes concentram 43% de toda a população do país. São cerca de 90 milhões de pessoas que representam o imenso potencial do interior para expansão de negócios. Esse movimento não passa despercebido pelas redes de franquias: de cada 10 cidades, o franchising está presente em quatro.

Além de representar 40% do consumo nacional, as cidades pequenas também têm atrativos que vão além dos benefícios econômicos. Um clima mais ameno e um ritmo de vida menos intenso e estressante do que as metrópoles atrai cada vez mais empreendedores para o interior. 

Então, se você também quer mudar de ares ou se já mora numa cidade pequena, confira abaixo as principais vantagens e algumas dicas valiosas para investir em uma franquia na sua região. 

Vantagens das cidades pequenas

Baixo custo de ocupação

Aluguel, condomínio e IPTU são custos que pesam no bolso de qualquer empresário. Em cidades pequenas, porém, esses custos de ocupação costumam ser bem menores, o que torna viável uma boa parte dos planos de negócios. Para você ter uma ideia, segundo o índice FipeZap, o preço médio do aluguel comercial é de R$39,43/m2 no Rio de Janeiro, que tem cerca de 6,3 milhões de habitantes. A vizinha Niterói, a apenas 14km da capital, ainda é uma cidade grande: tem cerca de 500 mil habitantes. Ainda assim, seus aluguéis comerciais são 24% mais baixos e circulam em torno de R$30,08/m2. 

Relacionamento pessoal do dono

Em uma cidade pequena, todo mundo se conhece. Isso pode ser uma grande vantagem na hora de abrir um novo negócio. Seus primeiros clientes provavelmente serão seus amigos e parentes próximos e, se você fizer um bom trabalho, a notícia irá se espalhar rápido. O destaque aqui é proposital: numa cidade pequena, seu cuidado em atender bem deve ser redobrado. Da mesma forma que um bom serviço gera visibilidade, uma falha grave pode colocar tudo a perder.

Prestígio da marca

Toda a minha infância e adolescência, vivi num município periférico e passava os verões em uma pequena cidade de veraneio. Nos dois lugares, pude presenciar a chegada de um ícone do franchising: o McDonald’s. 

Quando o Méqui abriu em Cabo Frio, a cidade literalmente parou. As filas do estacionamento e do drive-thru deram um nó no trânsito e, por horas, não havia quem conseguisse circular.

Redes de franquias, em geral, representam grandes marcas, muito reconhecidas mesmo nos lugares onde não atuam. Quando uma dessas marcas chega a uma cidade pequena, o burburinho é inevitável. 

Custo de mídia mais baixo

Além de poder contar com o boca-a-boca para divulgar o seu negócio, numa cidade pequena você também terá condições de fazer marketing a um preço mais barato. Outdoor, busdoor e mobiliário urbano, mídias normalmente muito usadas no varejo, serão mais acessíveis. Mesmo comerciais de TV, quando negociados com afiliadas e retransmissoras locais, se mostram viáveis para pequenos empresários.

Além disso, em cidades menores, você consegue aproveitar meios alternativos de divulgar sua marca. Carros de som, faixas e distribuição de panfletos já são impensáveis na maioria das capitais, mas dão muito resultado em cidades pequenas.

Dicas para investir em cidades pequenas

1- Entenda o momento da cidade e aproveite as características regionais

O momento pelo qual o lugar está passando é a primeira coisa que você deve avaliar quando considera abrir uma franquia numa cidade pequena. 
Isso porque, tal qual um ser vivo, as cidades também têm uma curva de desenvolvimento. Apenas para citar alguns exemplos: 

• quando uma cidade está nascendo, é natural que surjam negócios voltados a necessidades básicas, como mercados e padarias;
• cidades em expansão têm grande demanda por lojas de materiais de construção;
• à medida em que as pessoas fixam residência, buscam serviços de conveniência, como lotéricas, bancos e salões de beleza;
• quanto mais os negócios se desenvolvem e as pessoas passam a ter menos tempo para cozinhar em casa, surgem os restaurantes diurnos nas áreas centrais;
• com o nível de renda aumentando, a população começa a demandar opções de entretenimento, como restaurantes a la carte e bares. 

Além disso, é importante aproveitar as características regionais. Por exemplo, pense em uma cidade turística que você conheça. Agora pense em uma cidade industrial. Viu como muda o perfil de público? E o comportamento do consumidor? E a sazonalidade?

Por tudo isso, observe a cidade onde você pretende investir: em que estágio de desenvolvimento ela está e para onde deve ir? Em que ela se diferencia das outras ao redor? Essas reflexões lhe darão um bom indício do tipo de negócio de que ela precisa.

2- Busque diferenciais competitivos

Uma vez que você já tenha uma ideia de que tipo de negócio a sua cidade precisa, observe os seus possíveis concorrentes. O que eles têm de vantagens? O que você poderia fazer melhor do que eles?

Se você NÃO tem concorrentes, cuidado! Isso pode ser uma faca de dois gumes. Dependendo do segmento, pode ser que você precise de um esforço extra para estimular o consumo. 

Por outro lado, a presença de concorrentes representa, entre outras coisas:

• um indício de que já existe demanda;
• um sinal de que o público já conhece o segmento;
• uma oportunidade para estudar seus pontos fortes e fracos;
• e um parâmetro de comparação de preço e qualidade.

Em resumo, eu ❤️ concorrentes e, acredite, se você for sagaz, você vai amar também.

Depois de estudá-los, busque uma franquia que possa lhe oferecer os diferencias competitivos necessários para enfrentá-los. É muito comum, por exemplo, que redes de franquias tenham acesso a produtos mais baratos em função do volume de compra que só uma grande marca costuma ter. Isso lhe permite praticar um preço que seus concorrentes não conseguirão bater. De quebra, uma diferença maior entre preço de venda e custo vai lhe dar mais margem para reinvestir no seu negócio, tornando-o cada vez melhor em comparação aos concorrentes locais.

3- Aproveite o boca a boca

Sabendo que, numa cidade pequena, todo mundo se conhece, use isso a seu favor. Faça o seu melhor trabalho, preste o seu melhor serviço e deixe que o boca a boca se encarregue do restante. Tenha um bom produto ou serviço aliados a um bom atendimento por preços justos e você terá uma enorme chance de sucesso.

Você pode potencializar o boca a boca com ações de marketing do tipo “traga um(a) amigo(a) e ganhe um brinde/desconto” ou “compre um produto e leve outro para presentear”. Mas não esqueça de consultar sua franqueadora para entender quais são as regras e limitações para ativação de campanhas desse tipo.

4- Treine e capacite sua mão de obra

Pode ser que os moradores da sua cidade não tenham acesso a formação profissional no segmento que você precisa. Será seu dever capacitá-los. 

Mas não encare isso como um ônus! Para começar, é uma forma de devolver à cidade as benesses sociais e econômicas que ela lhe trará. Em segundo lugar, o investimento em uma equipe bem treinada se reverterá para você em maior satisfação da sua clientela e fidelização do seu público consumidor. 

Ao avaliar uma franquia para investir numa cidade pequena, procure conhecer seus modelos de treinamento e de que maneira a marca poderá lhe ajudar a ter uma equipe cada vez melhor.

5- Tenha sempre novidades

Dependendo da taxa de crescimento populacional da cidade, pode ser que seu público não se renove com a frequência desejada. Por via das dúvidas, é importante buscar sempre novidades. Dessa forma, seu público fiel terá motivos para voltar sempre. 

Procure observar se a sua marca escolhida costuma lançar novos produtos ou serviços. Esse é um ponto muito importante a observar numa franquia! Não apenas quando se trata de cidades pequenas, inclusive.

6- Analise os números

Tenha muita atenção nas perspectivas de receitas e custos da sua operação. Além dos cuidados de praxe, que devem ser observados em qualquer oportunidade de negócio, quando se trata de uma cidade pequena, você também deve levar em consideração a taxa de crescimento populacional do município. É um dado facilmente obtido numa pesquisa online, de fontes confiáveis como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ele vai indicar se a cidade está crescendo ou está estagnada. Lembre-se de pesquisar também outras cidades que você conheça bem, para ter um critério de comparação.

No plano financeiro apresentado pela franqueadora, observe se os números levaram em consideração o potencial da cidade. Não se pode avaliar o investimento numa cidade pequena considerando as mesmas premissas de uma capital. 

Da mesma forma que você tem uma perspectiva de custos mais baixos numa cidade pequena, seu potencial de receita também pode ser limitado. Por isso, evite produtos ou serviços muito nichados, pois o universo de clientes em potencial da cidade pode ser muito pequeno. Avalie também a política de preços. O custo de vida em cidades menores costuma ser mais baixo, assim como a renda média. Logo, preços considerados acessíveis para uma capital podem estar fora da realidade da sua cidade-alvo, por mais que sejam justificados por uma maior qualidade.

Por fim, considere também o seu próprio custo de vida. A rentabilidade de um pequeno negócio numa cidade pequena, por menor que seja, pode ser mais do que suficiente para uma qualidade de vida digna. 

7- Conte com a ajuda da franqueadora

Acima de tudo, saiba que, numa rede de franquias, você não terá um caminho solitário. Sempre digo que a principal vantagem de estar em uma franquia é poder contar com toda a experiência de dezenas ou centenas de pessoas que tiveram inúmeros erros e acertos antes de você.

Por isso, questione se a franqueadora de sua escolha já tem algum estudo de mercado para a sua cidade-alvo ou para cidades com características semelhantes. Procure saber também se já há unidades implantadas em cidades pequenas. Converse com esses franqueados e analise como estão performando e se estão satisfeitos com suas escolhas.

Conclusão

Seguindo essas recomendações, você estará bem mais perto de obter sucesso no seu empreendimento e desfrutar do raro equilíbrio entre trabalho e vida pessoal que só uma cidade tranquila pode lhe proporcionar.

Escolha um negócio que lhe dê prazer, trate bem seus vizinhos e seus funcionários, tire um cochilo na rede depois do expediente e me convide para um café quentinho servido no bule de vez em quando!

Bons negócios!

Fontes: FipeZap, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Associação Brasileira de Franchising (ABF)